domingo, 30 de dezembro de 2007

Adeus 2007

PERDAS NECESSÁRIAS
Judith Viorst
As perdas são partes da vida. As perdas são necessárias porque para crescer temos de perder, não só pela morte, mas também por abandono, pela desistência.
Em qualquer idade, perder é difícil e doloroso, mas só através de nossas perdas nos tornamos seres humanos plenamente desenvolvidos.
As pessoas que somos e a vida que vivemos são determinadas, de uma forma ou outra, pelas nossas experiências de perda. Esta compreensão ajuda a ampliar o campo de nossas escolhas e possibilidades.
Todos nós, em princípio, lutamos contra as perdas, mas as perdas são universais, inexoráveis e muito abrangentes em nossas vidas.
E nossas perdas incluem não apenas separações e abandonos, mas também a perda consciente ou inconsciente, de sonhos românticos, ilusões de segurança, expectativas irreais e outras.
As perdas que enfrentamos ao longo da vida, e das quais não podemos fugir são:
- Que o amor de nossos pais não é só nosso.
- Que nossos pais vão nos deixar, e que nós vamos deixá-los.
- Que por mais sábio, belo e encantador que alguém seja ninguém tem assegurado casar e " ser feliz para sempre".
- Que temos de aceitar - em nós mesmos e nos outros - um misto de amor e ódio, de bem e de mal.
- Que tudo nesta vida é implacavelmente efêmero.
- Que estamos neste mundo essencialmente por nossa conta.
- Que somos completamente incapazes de oferecer a nós mesmos ou aos que amamos, qualquer forma de proteção contra a dor e contra as perdas necessárias.
- Que nossas opções são limitadas pela nossa anatomia e pelo nosso potencial.
- Que nossas ações são influenciadas pelo sentimento de culpa incutido em nós pela educação que recebemos.
Examinar estas perdas permitem aceitar e modelar melhor os fatos da nossa vida.
Começar a perceber com nossas perdas moldaram e moldam nossas vidas pode ser o começo de uma vida mais promissora e Feliz.

12 comentários:

nj.marabuto disse...

O que fazer quando alguém se torna tão especial em sua vida que sua perda parece levar junto parte de você? Gostaria que esse tipo de perda se resumisse à perda das nossas falsas expectativas, da passionalidade unilateral, mas jamais a perda das pessoas que se tornaram importantes para nós. Eu sei que a amizade e o amor em sua forma mais pura eternalizam isso, nem a morte física sucumbe a eles. Estou um pouco cansado dessa história de que a romantização do amor leva à "descartabilidade" da relação. A paixão transfigura-se com facilidade, tem propriedades químicas extremamente voláteis, ademais, como um tempero lançado em excesso por nossa ânsia de intensidade, acelera um processo natural de degradação dado pela convivência excessiva, rotineira. Por fim, esse elemento passional do amor romantizado pode até por a perder coisas inestimáveis, como o sabor de compartilhar momentos singulares de felicidade, de viver a cumplicidade no amor. Desejo ser um homem que deseja menos, menos dado às paixões da carne. Buscarei isso na espiritualidade. Deixo aqui também meu conselho, minha experiência, meu abraço.

Camila disse...

Naquele pôr-do-sol incrível do dia 31, eu deixei para trás o ano de 2007 com todas as cargas e o peso que ainda faziam-me corcunda... E sua presença mágica trouxe pra perto o calor daqueles raios de sol refletindo nas correntes submersas do lago e que brilhou dentro da alma acalmando meu coração. Obrigada por ter estado ao meu lado em 2007... desejando aqui que permaneça ao meu lado em 2008,2009,2010...
Te amo.

Beijos mil

Anônimo disse...

Perdas? Ah! Sem arrogância e com a maior humildade posso afirmar que tive de todas desde a mais tenra infância. Aos 5, perdi meu amigo pastor alemão que salvou meu tio de um ataque de cascavel numa pescaria. Lavei o mundo com minhas incessantes lágrimas(lámigras). Elas não o trouxeram de volta. Tive de aprender cedo a trabalhar o desapego. Sentimento de culpa? Já nasci sem ele e ainda contei com o reforço de meus pais.
Aprendi com tudo que sou frágil. Muito frágil.

"Fazemos de tudo para ficarmos fortes, invencíveis, como super-heróis. Mas somos mortais, expostos diariamente a perigos físicos e mentais, dos quais fazemos de tudo para esquecer.
Ao descobrir o poder da fragilidade, ao reconhecê-la dentro de nós, vivemos melhor. A intenção não é meramente saborear cada instante da existência, mas procurar a fenda pela qual podemos atingir a vulnerabilidade de cada um.
Sendo frágeis, podemos renunciar ás pretensões, deixar cair as máscaras que enfeitam nossos rostos e espíritos.
Com o outro, encontramos um terreno de contato fértil e absoluto, imprescindível na atividade artística e no amor.Em ambos há nudez, fragilidade, conexão-- e cada um de nós, por um momento indescritível, se torna divino"(Jean-Claude Carrière)

As perdas vividas por mim ampliaram o campo de minhas escolhas e possibilidades? Ás vezes sim e ás vezes não. Isso por surgir variáveis no processo de aceitação e que devemos superar para só então se obter clareza. A defesa é uma delas. Então, rs, vem mais, tem de se trabalhar para não matar a criança interior e as vozes do coração. É um vir-a-ser infinito.
Essas perdas me tornaram melhor? As pessoas com as quais convivo dizem que sim, mas confesso que lá no fundinho tenho em algumas circustâncias inveja dos diferentes de mim. Nem sempre é confortável ser excessão. O dia 31/12 só por isso não muda nada para mim. Meus processos internos de mudança têm seu tempo de maturação e podem até coincidir, mas só por isso e esse tempo sei qual é.
Até mais.

Anônimo disse...

Me esqueci. E por falar em culpa, tenho umazinha, rs, a de não ter colocado aspas na frase de Canção Noturna que utilizei no comentário do seu post do Mandrake.
Rs,rs,...

Frederico Martins Campbell disse...

Camilinha linda, brisa suave, foi maravilhoso mesmo o último dia do ano de 2007!
Que as brisas de 2008 sejam leves!

Frederico Martins Campbell disse...

Brisa, Feliz 2008.
Se jogue na brisa!

Frederico Martins Campbell disse...

Nélson! Feliz 2008!

Frederico Martins Campbell disse...

Brisa, O Blog do Nélson é bem legal!

Anônimo disse...

Obrigada! Quero também que tenha um 2008 muito bom, produtivo e amoroso.
Tento me jogar nessa "brisa" constantemente, afinal, isso torna a caminhada nesse planeta mais leve. Me acostumei com o processo de vir-a-ser contínuo, embora ás vezes me canse um pouquinho desse movimento. Sei que tudo passa! As experiências de perdas me tornaram mais leves com as intempéries do dia-a-dia. Quando a brisa se transforma em temporal...eis a questão,rs,rs. Ainda bem que são pouco freqüentes!
Obrigada pela dica do blog do Nelson, imagino que seja o nj..., vou aparecer por lá.
Bjus.

Unknown disse...

Que tal a brisa se tornar carne e osso também?

Anônimo disse...

Muito instigante!Idéia encantadora! Por acaso és um mago? Deténs o conhecimento alquímico para transmutar o "ar" em elemento de carne e osso? Rs,rs.
Se a resposta for sim...então quero que reveles esse mistério para mim.

Unknown disse...

"Perdas Necessárias"
Certa vez você falou-me sobre este livro, em uma de nossas memoráveis conversas (para mim, claro...), em que eu dizia sobre o medo de perder minha mãe. Naquela época eu já o havia lido e sinceramente, não havia entendido muito bem, sequer gostado.
Curiosa esta vida, que nos faz perder primeiro para assimilar depois, não é mesmo? E ainda mais curioso é encontrar um lugar envolvente e luminoso como este, novamente em meus passeios virtuais.
Hoje, passados um ano, entendo um pouco mais sobre “Perdas e Danos” e sigo adiante levando bastante a sério algumas de suas palavras à época “Não deixe ninguém dizer como você deve se sentir. Sinta-se bem. Seja dona do teu destino”...
Parabéns pelo blog, Senhor Herbert Wolf. O Senhor continua incrivelmente capaz de cativar seus leitores.